Mercado Branco

Obra: Mercado Branco

A instalação consiste em um cubo ou hexaedro vazado, o sólido geométrico que faz referência à obra de Rudolf Laban, com a dimensão de dois metros por dois metros, onde radiografias e ressonâncias magnéticas, que representam partes do corpo de diversas pessoas, estão penduradas por fios de nylon. A instalação pode instigar a atenção do espectador-experimentador para os espaços entre as estruturas do corpo, percebidos pela transparência das chapas de raio x, que revelam e também ocultam algo. Essa proposta tem o desejo de criar um confronto entre as artes do corpo que buscam a noção do ser integral e a visão fragmentada do corpo influenciada pela medicina moderna. A partir disso, a pesquisa questiona as possibilidades de sentir e pensar sobre como estamos cuidando do corpo. Corpo que se faz radioativo em qualquer circunstância em maior ou menor grau, algo que é possível de ser medido através da frequência radioativa que cada corpo estabelece. Se todo corpo emite radioatividade, a proposta se configura em uma confluência do corpo impresso nas chapas de raio x (fixos e imóveis) com o corpo presente, que pode experimentar a instalação, emitindo radioatividade em frequências variadas e que possui inúmeras possibilidades de movimento. A escuta de si, o cuidado de si e a atenção para si na atualidade, são percepções que estão comprometidas com a noção de corpo fragmentado, e muitas vezes baseados nos diagnósticos médicos. A complexidade da existência humana nos faz refletir como artistas do corpo sobre a unidade do ser.

Concepção e criação: Fabiana Garcez (UFU)

Orientação: Daniella Aguiar (UFU)