Minicurso: Literatura infantil na Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS para crianças surdas
Ministrante: Aparecida Rocha Rossi

A educação escolar de alunos surdos tem sido um desafio diário na vida escolar, e esse desafio é visto por meio de um trabalho que tem por finalidade a inclusão desses alunos tanto na escola quanto na sociedade. Essa preocupação é mais um importante desafio que se tem enfrentado, pois para que exista inclusão é preciso que os alunos, professores, gestores e funcionários em geral aprendem Libras como proposta para facilitar a comunicação entre surdos e ouvintes. Uma proposta firmada na Lei nº 10.436 de 24 de abril de 2002, Art. 2º em que “deve ser garantido, por parte do poder público em geral […], formas institucionalizadas de apoiar o uso e difusão da Língua Brasileira de Sinais – Libras como meio de comunicação objetiva e de utilização corrente das comunidades surdas do Brasil”, e também por meio do Decreto nº 5.626 de 22 de dezembro de 2005, Cap. IV, Art. 14, Inc. V em que se deve “apoiar, na comunidade escolar o uso e difusão de Libras entre professores, alunos, funcionários, direção da escola e familiares, inclusive por meio da oferta de cursos”. O presente minicurso vem contribuir para que a inclusão possa acontecer verdadeiramente e que a barreira de preconceito seja quebrada mediante proposta pedagógica adequada à suprir necessidades básicas, como da comunicação do surdo na escola. Este minicurso vai abrir caminho para que os profissionais possam preparar uma aula, sanando as dificuldades de comunicação entre eles e as crianças surdas na sala de aula. Tem como objetivo mostrar aos estudantes, profissionais e demais interessados a importância da literatura no desenvolvimento cognitivo das crianças surdas, oportunizar conhecimentos do ensino de literatura infantil e como preparar as atividades de literatura infantil, fazendo adaptação para Libras.
Palavras-chave: Literatura, Libras, Crianças surdas

Minicurso: O aluno surdo na sala de aula da escola inclusiva
Ministrantes: Cármen Lúcia Hernandes Agustini e Onilda Aparecida Gondim

Com o presente minicurso, objetivamos discutir o modo de estar do aluno surdo na sala de aula da escola regular inclusiva, espaço político-simbólico no qual há uma relação triádica: professor-intérprete-aluno surdo. Essa relação complexa mostra-se fragilizada na e pela contingência da sala de aula e pelas condições de sua produção, porque há apagamentos em operação e em funcionamento, conforme mostraremos. Para tanto, nossa discussão basear-se-á em amostras de cenas enunciativas nas quais o surdo figura na condição de aluno. Intentamos mostrar que o fato de o aluno surdo estar em uma sala de aula e contar com a mediação de um intérprete não são suficientes para que ele não seja silenciado em sua condição de aluno e em sua condição de surdo, a despeito do engajamento ou não do intérprete. Assim sendo, além de analisar as cenas enunciativas e alguns recortes de entrevistas semi-estruturadas feitas com professores, intérpretes e alunos surdos, serão trabalhados: (1) o status idiomático da libras e do português, considerando questões relativas ao input, à aquisição da libras e da língua portuguesa e à condição de L1 e L2; (2) o cenário da escola regular inclusiva em nossa sociedade, a fim de trabalhar os sentidos da inclusão: o que é? Como surgiu? Por que surgiu?; (3) os sujeitos implicados no espaço escolar da escola regular inclusiva – professor, intérprete e aluno surdo – e as suas funções e co-responsabilidades, a fim de problematizar a ocupação do lugar social de professor, do lugar social de intérprete e do lugar social de aluno em função da inclusão; (4) a relação entre libras e língua portuguesa na escola regular inclusiva; (5) o surdo na condição de aluno e os pressupostos da escolarização, a fim de problematizar a relevância da fluência em libras no ensino e na aprendizagem da língua portuguesa. Assim, julgamos que o minicurso pode contribuir para a formação do professor, ao pensar a inclusão escolar e seus desafios.
Palavras-chaves: Surdo, Língua Portuguesa, Libras.

Minicurso: Literatura visual: formas de expressão e de representação do pensamento do surdo
Ministrante: José Carlos de Oliveira

A literatura visual representa o conjunto das artes que expressa e representa o mundo real ou imaginário, tendo a visão como principal forma de avaliação e apreensão, podendo ser estimulada de infinitas formas e categorias. Dentre elas optou-se para o desenvolvimento da oficina, a “arte do pensamento e a arte corporal”, expressa na forma de língua e linguagem, mecanismos que se constituem em uma das formas de expressar a faculdade humana para a expressão do imaginário. Segundo Francastel (1990), essa forma de expressão tem a mesma capacidade de sensibilizar os indivíduos tanto quanto a palavra, sendo que civilizações inteiras tiveram (tem) signos não escritos como meio de transmissão de pensamentos. Se tratando de comunidades de surdos, sabemos que o pensamento desses sujeitos é dependente da visão, canal sensorial predominante na atividade comunicativa, que lhes permite construir o conhecimento de mundo, relacionado linguagem, pensamento e realidade. É a partir de processos visuais que os surdos estruturam a comunicação, a imagem e língua, ordenando a experiência através do uso da forma, criando conceitos visuais, considerando a forma como resultado de um ato específico de elaboração e invenção de esquemas de pensamento. São esses fatores que possibilitam aos surdos, manifestarem em suas formas de expressão, uma vasta riqueza de símbolos, canalizando uma enorme quantidade de informações através de formas que condensam significados e representações da essência de suas ideias. Tendo por base esses pressupostos, pretende-se desenvolver uma oficina, para abordar a questão da plasticidade do pensamento surdo, a partir do qual esses sujeitos constroem o seu conhecimento linguístico e de mundo e, se expressam nas mais variadas formas de literaturas, principalmente a pintura, a piada, a poesia, e também determina as formas de interagir com o mundo. O que produz, reproduz e afirma as formas culturais e identitária dos povos surdos. Palavras-chave: Literatura, Linguagem, Surdez.

Minicurso: O método gish de gerenciamento de informação como estratégia para enfrentar os desafios do processo interpretativo
Ministrante: Kátia Aparecida de Souza Costa Matias

O Método Gish possibilita que o intérprete de língua de sinais/língua portuguesa (ILS) crie estratégias para enfrentar o desafio do processo interpretativo, tomando como base o conceito de que a comunicação possui uma ordem e estrutura e que as palavras e sinais, bem como as ideias que as mesmas representam, não possuem o mesmo peso. Nesse sentido, o ILS vai desenvolvendo a habilidade de reconhecer quais sentenças ou ideias podem contribuir de maneira mais relevante para a transmissão da mensagem da língua fonte para a língua alvo. O desenvolvimento do método Gish ajuda então o ILS a realizar escolhas mais eficazes no processo interpretativo, com o objetivo de criar uma mensagem equivalente na língua alvo, mas não necessariamente idêntica à da língua fonte. Esse método proporciona ainda uma série de diretrizes para compreender o significado e estrutura da mensagem, e ajuda o ILS a perceber mais rapidamente o objetivo/intenção do falante, e antecipar o que ele vai dizer. Dessa forma, como resultado, tem-se uma interpretação mais consistente e coerente, não exigindo que a ordem interpretativa siga, ipsis litteris, a ordem original. Assim, o ILS cria interpretações que refletem os conceitos chaves da mensagem original na forma natural da língua alvo ao invés de apresentar um amontoado de sinais/palavras sem conexão com o contexto. Grosso modo, entende-se que o objetivo central do processo interpretativo, de acordo com este método, é a ideia principal veiculada. Vale ressaltar que o ILS, principalmente quando realiza a interpretação simultânea, não deve criar interpretações completamente equivalentes ao original e precisa tomar decisões para controlar o fluxo de entrada, compreensão e saída das informações recebidas. Especialmente em interpretações simultâneas a perda de informações é inevitável, no entanto, quando o ILS compreende a estrutura da mensagem pode tomar decisões mais competentes para gerenciar a falta dessas informações. Nessa perspectiva, a proposição deste minicurso tem como objetivo explicitar o método Gish de gerenciamento de informações com o intuito de colaborar com o processo de formação de intérpretes de língua de sinais, bem como dos demais usuários desta língua, com vistas à fluência na mesma. Acreditamos que, ao compreender melhor as estratégias interpretativas apresentadas pelo método Gish, o participante deste minicurso poderá utilizá-las a seu favor, seja para desenvolver, de maneira mais eficiente, sua comunicação com os surdos, seja para melhorar a sua prática interpretativa em seus diversos contextos. Palavras-chave: Libras, Intérprete de Libras, Método Gish.

Minicurso: A influência da língua de sinais na escrita do surdo
Ministrante: Keli Maria de Souza Costa Silva

Um dos maiores problemas quando se fala em educação de surdos é proveniente do processo ensino-aprendizagem da língua portuguesa. Esta língua é considerada como segunda língua para o surdo já que, possuindo um canal oral-auditivo, só pode ser aprendida de forma não natural, através de um “esforço sistemático, formal e regular”. (SÁ, 1999. p.178). O que se nota é que o ensino do português para os surdos tem sido realizado até hoje da mesma forma que o é para os ouvintes levando a um constante fracasso no processo. O primeiro contato com uma produção textual de um surdo é, para muitos ouvintes, desconcertante. Enquanto falantes nativos da língua portuguesa são internalizadas regras básicas e relativamente simples como o uso os artigos e das preposições, por exemplo. O que parece, então, um tanto absurdas as construções textuais desse sujeito surdo, usuário de uma língua diferente e que possui ainda um outro canal de comunicação. Nessa perspectiva, o presente minicurso tem como objetivo refletir sobre a importância que a língua de sinais representa para a constituição identitária do sujeito surdo bem como sua atuação como facilitadora do processo ensino-aprendizagem da língua portuguesa como segunda língua para estes sujeitos. Pretende-se mostrar, baseados numa perspectiva bilíngue, as inegáveis influências desta língua nas produções escritas dos surdos, visto que este sujeito busca na língua que domina os elementos necessários à significação da segunda língua produzindo, consequentemente, uma aproximação entre elas. Valorizando a Língua de Sinais como primeira língua para os surdos e, apoiados no respeito à mesma, o presente minicurso objetiva ainda evidenciar a construção de sentidos nessa escrita tão peculiar a partir da análise de textos produzidos por estes sujeitos. Ressalta-se a relevância da aquisição da LIBRAS como língua natural dos surdos respeitando-a enquanto língua. Somente assim instrumentalizados os surdos poderão reconhecer-se enquanto comunidade e/ou grupo, o que se configurará como suporte para sua inserção em uma outra cultura e para a aquisição da língua portuguesa escrita. A valorização da Língua de Sinais permitirá um enfoque diferenciado no que se refere à produção textual desses sujeitos. Essa escrita, sendo estimulada a partir da Língua de Sinais, lhes possibilitará o crescimento em relação aos níveis linguísticos. Enfim, é importante destacar que perceber a interferência da Língua de Sinais na escrita da língua portuguesa pelos sujeitos surdos e, acima de tudo, aceitá-la é um caminho necessário para a construção da igualdade social baseada no respeito às diferenças. Palavras-chave: Língua de Sinais, Surdos, Escrita dos Surdos.

Minicurso: A teoria linguística de ferdinand de saussure no estudo da libras e da língua portuguesa
Ministrante: Allana Cristina Moreira Marques

Este minicurso tem por objetivo promover um ambiente em que se possa discutir os principais aspectos da teoria linguística proposta por pelo linguista suíço Ferdinand de Saussure, tendo em vista que ela constitui um importante caminho para a estudos das línguas em geral e, especificamente, da língua portuguesa e da Libras. Ao definir a língua como objeto da ciência linguística por excelência, distinguindo-a a da linguagem e da fala, Saussure estabeleceu as bases para uma nova linguística. É, portanto, reconhecido como o fundador da linguística moderna. Elaborou conceitos que são, até hoje, cem anos após a publicação do Curso de Linguística Geral – obra póstuma, cuja importância foi e ainda é singular para disseminação do pensamento saussuriano – considerados conceitos basilares da ciência linguística. Tendo em vista a importância deste pensamento fundador para os estudos linguísticos em geral, propomos retomá-lo, considerando-o tanto no âmbito das línguas orais quanto no âmbito das línguas de sinas. Para tanto, levaremos em consideração, neste minicurso, os principais conceitos teóricos elaborados pelo linguista suíço e que nos permitem uma reflexão em torno das línguas elencadas, são eles, dentre outros: língua, linguagem, fala, signo, arbitrariedade, relações sintagmáticas, relações associativas. Este minicurso figura como uma oportunidade de troca de saberes entre pesquisadores e alunos da graduação, os quais têm, nos cursos de Letras, um primeiro contato com as teorias que fundamentam os estudos linguísticos. Assim, os participantes poderão refletir, no decorrer do curso, de que modo a teoria saussuriana ainda se mostra importante para os estudos das línguas orais, como a língua portuguesa, e também para as línguas de sinais, como a libras; e também refletir a respeito dos limites desta reflexão linguística na compreensão das línguas de sinais, uma vez que Saussure limitou-se, como se sabe, à investigação das línguas orais. Seus conceitos, compreendidos como sendo gerais, são pertinentes para o estudo das línguas de sinais? É sobre esta, dentre outras questões, que nos deteremos no minicurso ora proposto. Palavras-chave: Ferdinand de Saussure, Língua Portuguesa, Libras.

Minicurso: Conversação em LIBRAS
Ministrante: Telma Rosa de Andrade
Pré-requisito para participação: no máximo 15 pessoas com fluência de nível intermediário a avançado de Libras

Neste minicurso para expressar a capacidade específica dos seres humanos para a linguagem, expressam as culturas, os valores e os padrões sociais de um determinado grupo social. Os surdos brasileiros usam língua de sinais brasileira, uma língua visual-espacial que apresenta todas as propriedades específicas das línguas humanas. Sabemos a importância da atividade de difundir a língua de sinais: como uma forma de conseguir tornar visível os surdos para o mundo.O minicurso pretende ser um meio difusor da língua e da cultura do povo surdo. Almejamos oferecer suporte intelectual para quem deseja conhecer e se aprofundar no idioma dos surdos brasileiros, ou seja, na Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS. Esperamos despertar nas pessoas o desejo aprofundar mais o conhecimento, a vontade de aprender e a capacidade compreender um novo idioma, LIBRAS. Por fim, o minicurso reflete acerca da realidade da compreensão dos surdos no Brasil. Chegada da inclusão, inúmeros são os desafios com os quais as sociedade, deparam em sua prática cotidiana. Palavra chave: Comunicação, Cultura, compreensão