Identificação do curso

  • Denominação: Letras: Espanhol e Literaturas de Língua Espanhola
  • Modalidade oferecida: Licenciatura – presencial
  • Titulação conferida: Licenciado
  • Turnos de oferta: matutino
  • Duração: 4 anos
  • Vagas oferecidas por ano: 20 vagas anuais
  • Carga horária total: 3335 horas
  • Portaria de reconhecimento do curso: MEC/Seres nº 729 de 19/12/2013 – DOU de 20/12/2013.
  • Portaria de renovação de reconhecimento: MEC/Seres nº 1.027 de 24/12/2015 – DOU de 30/12/2015.

Apresentação

O Instituto de Letras e Linguística (ILEEL) teve um importante crescimento de seu corpo docente e de sua infraestrutura nessa última década, haja vista a abertura de novos cursos de graduação oriundos do programa Reuni, dentre os quais destacamos o curso de Licenciatura em Letras: Espanhol e Literaturas de Língua Espanhola. A organização do curso foi desenvolvida em consonância com as especificações legais para a alteração dos cursos de licenciatura, revendo concepções construídas ao longo da consolidação do Instituto de Letras e Linguística e, ainda, considerando a necessidade de construção de uma identidade própria para a Licenciatura em Letras: Espanhol e Literaturas de Língua Espanhola, de modo a priorizar as características de independência intelectual que deverão marcar os egressos desta instituição.

Com objetivo de atender às demandas do mercado de trabalho contemporâneo, globalizado e informatizado, e de formar um profissional de Letras com compreensão crítica das condições de uso e adequação da língua em diferentes situações de comunicação, o Colegiado do Curso de Letras propôs um novo currículo, cuja implementação teve início no primeiro semestre de 2008 para as línguas portuguesa, inglesa e francesa, visando à formação de um profissional com domínio teórico e crítico de cada uma dessas línguas e suas respectivas literaturas.

Em decorrência de uma antiga reivindicação da própria comunidade universitária, uberlandense e também da região, a criação de uma habilitação em Língua Espanhola começou a tomar forma no ano de 2008. Além da demanda da comunidade, que há muito vinha solicitando ao instituto a criação de uma habilitação específica em língua e literaturas de língua espanhola, a implantação do Espanhol na rede oficial de ensino, conforme a Lei n° 11.161, de 05 de agosto de 2005, reforçou as justificativas no sentido de uma nova habilitação do Curso de Letras, agora para a formação de professores de espanhol. No fim do ano de 2017, a habilitação em espanhol tornou-se o Curso de Graduação em Letras: Espanhol e Literaturas de Língua Espanhola, com uma estrutura curricular mais autônoma e compatível às especificidades da área e da comunidade acadêmica.

Princípios e fundamentos

Visando a uma coerência com o momento atual, considerando o perfil da região em que está inserida a Universidade Federal de Uberlândia e observando o disposto nas Diretrizes Curriculares para os Cursos de Letras, busca-se, nesse curso, implementar políticas para a melhoria da qualidade do ensino em nossa instituição. Isso será viabilizado pela efetivação de propostas curriculares consequentes e sustentadas por concepções pedagógicas, valores acadêmicos e práticas que possibilitem ao futuro profissional afrontar, de modo congruente, a atual realidade com suas mutações e desafios constantes, inclusive o desenvolvimento científico-tecnológico. Em decorrência, o Curso de Graduação em Letras: Espanhol e Literaturas de Língua Espanhola da Universidade Federal de Uberlândia buscará preparar o futuro profissional não só para enfrentar um contexto sócio-histórico-econômico e cultural dinâmico e competitivo, mas, sobretudo, para atuar como leitor crítico – no sentido amplo do termo – e como agente eficaz na construção da cidadania e, portanto, capaz de fazer uso da linguagem, notadamente a verbal, nas suas diferentes manifestações.

Esse curso considera, portanto, que a constituição integral de um licenciado em Letras requer uma formação clássica para a composição de um sólido repertório cultural e a contemplação dos componentes curriculares prático-pedagógicos, somados às demandas atuais, incluídas as novas tecnologias, os estudos sobre a diversidade e o prestígio da cultura e das necessidades locais. Almeja-se, portanto, um curso que possibilite o desenvolvimento da competência de refletir sobre os fatos linguísticos e literários por meio da análise, da descrição e da explicação, à luz de uma fundamentação teórica pertinente, tendo em vista a formação de enunciadores da língua.

Para atingir seu objetivo, o curso faculta ao estudante o desenvolvimento de uma visão multifacetada de mundo, de maneira que ele possa pautar suas ações baseando-se em uma percepção nítida do papel a desempenhar no seu ambiente sociocultural e, consequentemente, a se sentir como partícipe e corresponsável pela sua formação. Dessa forma, tanto seu senso crítico, sua criatividade como sua capacidade empreendedora e de iniciativa serão estimulados e desenvolvidos, melhor capacitando-o para afrontar os desafios da profissão. Ademais, o curso pretende fornecer uma sólida formação e o desenvolvimento de competências e habilidades exigidas para a atuação profissional eficaz.

Assim, os princípios que norteiam a concepção deste curso fundam-se na formação de professores de línguas e literaturas que se constituam, em primeira instância, como leitores constituídos da sociedade em que atuam, compreendendo a leitura como a constituição do indivíduo em seu universo cultural, político, histórico e linguístico. Nessa perspectiva, o indivíduo inserido na esfera social não pode desvincular a relação entre conhecimento formal acadêmico e sua relação pragmática com o cotidiano das práticas sociais. Trata-se da formação de profissionais que irão atuar como agentes de cidadania no sentido de explicitar o papel da linguagem nos processos de identificação e ação do indivíduo em seu grupo social. Não é possível dissociar a língua de sua vinculação histórico-ideológica na percepção das hierarquias sociais. Nesse sentido, a formação de professores de línguas envolve um compromisso político de uma reflexão sobre a natureza da inserção do sujeito no grupo social em que vive e de seu papel enquanto cidadão do mundo, constituído na e pela linguagem.

Perfil profissional do egresso

O egresso do Curso de Graduação em Letras: Espanhol e Literaturas de Língua Espanhola, além da formação linguística constitutiva do arcabouço teórico do professor de línguas, deverá ser um profissional que se pretende agente de cidadania no escopo de uma integração indivíduo/sociedade permeado pela constituição do indivíduo na e pela linguagem. Esse terá o perfil de um profissional que procurará sempre uma inter-relação entre o conhecimento e sua cotidianidade social e política, entendendo sua função pedagógica não apenas como uma demonstração de competência técnica, mas, sobretudo, como uma ação político-cultural integrada ao grupo social em que vive.

Processos de avaliação da aprendizagem

O ato de avaliar é um processo contínuo e permanente com função diagnóstica, processual e classificatória e deve ser feito de maneira a possibilitar a constante reflexão sobre o processo formativo do aluno. Deve, ainda, ocorrer de tal forma que possibilite o desenvolvimento pleno do discente em suas múltiplas dimensões: humana, cognitiva, política, ética, cultural e profissional.

Tais diretrizes apontam a avaliação como parte integrante do processo de formação que possibilita o diagnóstico de lacunas e a aferição dos resultados alcançados, consideradas as competências a serem constituídas e a identificação das mudanças de percurso eventualmente necessárias.

A avaliação deve cumprir prioritariamente uma função pedagógica ou formativa, gerar informações úteis para a adaptação das atividades de ensino e aprendizagem às necessidades dos alunos e aos objetivos de ensino. O objetivo de toda avaliação é gerar e gerir retro-informação, seja para a ação do professor em sala de aula, seja para a gestão acadêmica.

Uma das grandes dificuldades encontradas por docentes e discentes está relacionada ao consenso na avaliação. Além disso, apesar dos esforços no sentido de divulgar o conceito de avaliação contido na Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), inúmeros professores não aceitam novas formas de avaliação e mantêm a mesma prática de seus antigos mestres.

Na perspectiva da nova proposta político-pedagógica da UFU, as atividades avaliativas devem fazer interagir os conhecimentos prévios dos educandos em contextos novos de aplicação e de reflexão. Nas licenciaturas, como é o caso do Curso de Graduação em Letras: Espanhol e Literaturas de Língua Espanhola, faz-se necessário discutir a avaliação a fim de estimular novas atividades avaliativas e preparar os futuros professores para que eles possam atualizar as novas práticas de avaliação, com o intuito de renovar o processo na educação básica, para a qual a LDB propõe uma “avaliação contínua e cumulativa do desempenho do aluno, com prevalência dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos e dos resultados ao longo do período sobre os de eventuais provas finais” (BRASIL, 1996).

A avaliação precisa ser pensada dentro do contexto de formação que a pretende estabelecer; nesse sentido, torna-se necessário dimensionar não apenas a avaliação da aprendizagem, mas também do curso como um todo, buscando, em um movimento coletivo, avaliar e replanejar as ações desenvolvidas, aproximando-as dos objetivos propostos pelo curso.

A utilização de princípios metodológicos, dialógicos e problematizadores, buscando a formação de um professor pesquisador, requer uma avaliação também processual, dinâmica, qualitativa, com critérios claros, definidos previamente, discutidos e apresentados aos alunos, no caso da avaliação da aprendizagem, e aos docentes do curso, para sua avaliação geral.

Nesta perspectiva, torna-se necessário repensar a concepção de avaliação tanto do corpo discente como docente. Não se trata de avaliar para aprovar ou reprovar, mas de avaliar para identificar lacunas no trabalho pedagógico e redimensioná-las. Não basta obter a informação de que o aluno não aprendeu e reprová-lo. Ele precisa aprender. É um direito seu e uma necessidade para sua formação. Sendo assim, também é um dever do professor zelar para que o entendimento do saber necessário e planejado seja acessível aos alunos, garantindo-lhes as condições de aprendizagem. A nota não pode ser encarada como um fim, cujo alcance justifica todos os meios. O fim é a aprendizagem, a nota é apenas um indicativo desta, embora não possa ser desprezada, até por obediência às Normas Gerais da Graduação.

É preciso entender que o processo de aprendizagem é contínuo e progressivo, não acontece de forma linear e uniforme, uma vez que cada indivíduo possui uma forma própria para aprender. Todos aprendem, cada um a sua maneira.

Masetto (2003) apresenta algumas características necessárias à avaliação superior. A primeira diz respeito à necessidade de integração ao processo avaliativo dos elementos incentivo e motivação para a aprendizagem, que poderá acontecer por meio do acompanhamento do aluno em todas as fases de seu processo de aprendizagem; a segunda é a prática do feedback, em que o docente informa e discute claramente com o aluno as suas dificuldades e seus avanços, traçando com o mesmo metas a serem vencidas. Esta prática oferece ao processo avaliativo uma dimensão diagnóstica e prospectiva, pois apresenta ao discente informações sobre sua condição atual e o auxilia a se organizar e planejar-se para superar tal condição rumo a uma aprendizagem mais significativa.

Uma terceira característica pontuada é o fato de se verificar não apenas a aprendizagem do aluno, mas o conjunto. Avalia-se todo o processo, a ação do professor, a adequação do planejamento do mesmo, as práticas pedagógicas desenvolvidas, entre outros itens. O discente não é o único a ser responsabilizado pelo fracasso da aprendizagem. São avaliadas todas as condições oferecidas durante o movimento de ensinar e aprender.

O autor ainda destaca como características do ato avaliativo o fato de que este precisa ser planejado, o que requer, por parte do docente, a capacidade de observar e de registrar o desenvolvimento do aluno. Não se avalia comparando-o com os demais colegas, mas avalia-se comparando seu aprendizado inicial com o do momento, projetando-o para o futuro.

A avaliação não se reduz apenas à sala de aula, ela deve perpassar toda a estrutura universitária, produzindo dados e informações que alimentem os processos de gestão administrativa e acadêmica visando à melhoria do ensino. De acordo com as Diretrizes Curriculares Nacionais, as competências profissionais a serem constituídas pelos professores em formação – no caso específico das licenciaturas – devem ser a referência para todas as formas de avaliação dos cursos, sendo estas:

  • periódicas e sistemáticas, com procedimentos e processos diversificados, incluindo conteúdos trabalhados, modelo de organização, desempenho do quadro de formadores e qualidade da vinculação com escolas de educação infantil, ensino fundamental e ensino médio, conforme o caso;
  • feita por procedimentos internos e externos, que permitam a identificação das diferentes dimensões daquilo que for avaliado;
  • incidentes sobre processos e resultados.

A avaliação sendo, portanto, um instrumento essencial para a evolução dos padrões de qualidade da instituição e fundamentais para a realização de seus objetivos educacionais, ocorrerá nas seguintes dimensões:

  • Avaliação do alunado feita pelo corpo docente;
  • Avaliações da disciplina e respectivos professores feitas pelo corpo discente;
  • Avaliação do Curso;
  • Avaliação feita por egressos;
  • Enade.